quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Opinião: Qual o problema do cinema brasileiro?

Ou você ama, ou você odeia. Assim funciona a história entre o público e o cinema brasileiro. Conhecido pelo baixo custo de produção, a saída para se fazer cinema no Brasil tem sido, há muito tempo, apostar no roteiro. Mas será que o principal motivo dessa situação é o fato de estarmos de certa forma "atrasados" na história da sétima arte? 

Provavelmente, sim. Enquanto as produções cinematográficas deslanchavam na Europa e nos Estados Unidos na década de 30, o Brasil começava a dar seus primeiros passos em direção à grande tela. Ainda assim, foram necessários mais 30 anos de muita luta para as coisas começarem a acontecer no país. E foi justamente ali, nos anos 60, que o brasileiro pegou gosto por essa coisa de usar o cinema para contar a própria história. 

Com o lema de "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", o Cinema Novo deu origem às produções que faziam críticas sociais e retratavam a pobreza do país. De início, a ideia deu certo, quando 10 anos mais tarde, uma crise no cinema nacional faz com que os cineastas passem a se preocupar com quantidade antes de qualquer coisa. É aí que começam as surgir filmes de "fácil digestão", como por exemplo, comédias e pornografias. 

Se pensarmos nessa pequena trajetória, fica nítido que o cinema brasileiro é hoje uma mistura de todas essas fases. Temos, então, filmes como Cidade de Deus, Tropa de Elite e Carandiru, que são de certa forma o retrato do cinema nacional para o mundo. Paralelamente, podemos citar produções como Se Eu Fosse Você, Minha Mãe É Uma Peça, De Pernas Pro Ar, entre outros, que são filmes leves, com uma cara um tanto novelística, que continuam sendo produzidos em grande escala. 

Mas o cinema brasileiro não é só favela e comédias românticas. É válido lembrar que em meio a isso tudo temos, sim, grandes produções, acompanhadas de roteiros geniais e que dão origem a filmes de deixar qualquer um que deteste cinema brasileiro de boca aberta. Uma dica é o filme Dois Coelhos, de Afonso Poyart. Além disso, não custa nada tirar um tempinho para dar mais atenção ao que anda sendo produzido por aqui. Afinal, pode até ser que os nossos recursos para realizar grandes produções não sejam lá aquelas coisas, mas, em compensação, sabemos contar histórias como ninguém.

Texto: Mayara Nascimento

*O texto acima foi produzido exclusivamente para o blog por um membro da Agência Maxime e expressa a sua opinião pessoal.
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